sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Roubo no Porto do RIO

Roubo no Porto do Rio

É o que apontam investigações da Polícia Federal. Informações eram sobre o campo de Júpiter

Maria Mazzei

MACAÉ - Investigações da Polícia Federal (PF) apontam que o roubo de quatro computadores portáteis e dois discos rígidos da Petrobras, com dados sigilosos e estratégicos, pode ter ocorrido no Porto do Rio, onde estiveram de 25 a 29 de janeiro em um contêiner. Outra revelação é que o material tinha registros da sonda NS-21, a Ocean Clipper.

Essa unidade foi a responsável pela descoberta do campo de Júpiter, na Bacia de Santos, que tem gigantesca reserva de gás natural. Os poços de Júpiter e Tupi podem garantir a auto-suficiência do País em gás natural.Ontem, agentes da Polícia Federal fizeram diligências no Porto do Rio.

Ficou constatada a fragilidade da segurança no local onde ficam contêineres de várias empresas, inclusive da Petrobras. Não há sistema de câmeras e poucos homens fazem a segurança. A PF quer saber da estatal o motivo de um material tão importante, com informações sigilosas, ter ficado durante cinco dias em um local sem segurança.Para os investigadores federais, o lacre e o cadeado podem ter sido violados no período em que o contêiner ficou no Porto do Rio, já que o motorista do caminhão da Transmagno (empresa responsável por levar o contêiner do porto até Macaé), identificado apenas como Paulo César, afirmou em depoimento que fez somente uma inspeção visual.Para a PF, o material de segurança já poderia ter sido violado, uma vez que o lacre foi enrolado e o cadeado trocado na tentativa de disfarçar o roubo. Paulo César deverá prestar novos depoimentos nos próximos dias.O sistema de rastreamento do caminhão da Transmagno já foi entregue à Polícia Federal, o que comprovou que o veículo só parou no posto de gasolina Musselin, em Itaboraí, onde pernoitou de 29 para 30 de janeiro.

O posto é uma parada de caminhoneiros e tem 30 seguranças. Há uma determinação da Transmagno que, por questões de segurança, os veículos não podem viajar das 23h às 6h.

Contudo, a PF também investiga outros locais por onde passou o contêiner.Foco também na HalliburtonA PF não descarta a possibilidade de o contêiner ter sido violado na sede da Halliburton (empresa americana que presta serviços à Petrobras e é dona dos equipamentos roubados). Ontem, duas CPUs (torres de computador) da Halliburton foram levadas para a polícia, em Macaé.Os computadores estavam no mesmo contêiner que o material roubado da Petrobras.

A perícia dirá se informações também foram furtadas das CPUs. Ontem, mais sete pessoas prestaram depoimento: três funcionários da Petrobras, três da Halliburton e um da Transmagno.O principal foi o do chefe de segurança da Halliburton em Macaé, Reginaldo Mattos. Ele não esclareceu à Polícia Federal se o contêiner chegou violado à sede da empresa. O delegado Elsio Vicente da Silva, da Diretoria de Inteligência da PF de Brasília, chegou ontem à cidade.

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